Seminários Suplementares

Autores contemporâneos da psicanálise

Coordenação: Paulo Roberto Ceccarelli
Duração: 20 semanas

Leitura e discussão de textos de autores contemporâneos da psicanálise (Piera Aulagnier, Nathalie Zaltzman, Paul-Laurent Assoun, Joyce McDougall, Pierre Fédida, entre outros) que deram importantes contribuições tanto no avanço quanto na compreensão da disciplina inaugurada por Freud. Repercussões das diferenças teórico-clínicas propostas por esses autores, em particular no que diz respeito ao manejo da transferência e à transmissão da psicanálise.


A clínica psicanalítica com crianças e adolescentes

Coordenação: Maria de Lourdes Elias Pinheiro
Duração: 4 meses (18 seminários)

Esses seminários serão focados na clínica. A leitura teórica incidirá sobre as casuísticas apresentadas por participantes e coordenador. Estudaremos a entrada em análise, o lugar dos pais, o sintoma da criança, a transferência, as resistências, a construção do fantasma, o final de análise, considerando os dispositivos utilizados pela linguagem infantil, tais como o brincar, o desenho, a pintura e a cerâmica, os jogos e suas variantes, os sonhos narrados. Em função da casuística, certamente veremos também a psicose, a neurose e outros estados infantis. Bibliografia à disposição na secretaria do CPMG.


Clínica contemporânea

Coordenação: Paulo Roberto Ceccarelli
Duração: 1 semestre

Muito se tem falado sobre a clínica contemporânea: cada vez mais ela apresenta desafios, já que se afasta daquela pensada por Freud. Mudanças na cultura refletem novas formas do adoecer psíquico, pois os sintomas, como efeitos discursivos, retratam a relação radical do sujeito frente à lei e seu desejo. As transformações ocorridas nas sociedades, principalmente a partir da década de 1980, mostram que estamos em plena vigência da era pós-moderna. A perda dos ideais, a falência das utopias, assim como o enfraquecimento da metáfora paterna, lançam o sujeito na vertente mais mortífera do narcisismo. O sujeito da pós-modernidade apresenta uma nova forma de lidar com sua sexualidade, seus conflitos, bem como com seus laços sociais. As depressões, por exemplo, desbancam as histerias e ganham o status de “grande neurose contemporânea” (LACAN). Assim, nós, analistas, nos vemos confrontados com novas organizações pulsionais, novas relações do sujeito com a lei. Para que a psicanálise sobreviva e atravesse o século XXI, é necessário que façamos uma leitura das questões contemporâneas. É necessário reafirmar, agora em outro contexto, os conceitos pilares da psicanálise, assim como estabelecer uma nova metapsicologia da clínica. Inicialmente estudaremos as várias formas de “depressões”. Em seguida, vamos aprofundar a “clínica das compulsões” (drogadicção, distúrbios alimentares e da imagem). Finalmente, vamos tentar nos aproximar dos chamados “casos-limite”.


Filosofia e psicanálise

Coordenação: Maria Heloisa Noronha Barros
Duração: 1 semestre

O objetivo do Seminário é discurtimos o percurso da filosofia e da psicanálise, o que é de um campo e o que é de outro, em que se somam, tangenciam ou não.
Propomos estudar: O pensamento Realista; Descartes – O método Cartesiano; Kant – O mundo sensível fenômeno, espaço e tempo; O mundo das coisas em si-nômeno; Hegel e Freud e a filosofia.


Fundamentos da Teoria Lacaniana

Coordenação: Eliane Mussel da Silva

O objetivo deste seminário é o estudo do ensino de Lacan, definido por Miller, em três momentos específicos: o primeiro tempo marcado pela leitura estruturalista dos textos freudianos; o segundo tempo marcado pelo conceito de inconsciente pulsátil que se abre e fecha segundo o modelo de funcionamento de uma zona erógena, portanto, da pulsão; e, o terceiro tempo, da clínica do real.


Leitura e escrita em psicanálise: uma prática da letra

Coordenação: Maria Helena Ricardo Libório Barbosa Mello

Este seminário tem como objeto trabalhar com os operadores leitura e escrita em psicanálise contemplando suas especificidades. É de Freud que vem o alerta daquilo que está em causa no ato de leitura de um texto: “O que se segue é pura especulação, que muitas vezes remonta ao passado longínquo e que cada um, de acordo com sua posição subjetiva, poderá levar em consideração ou desprezar”. (FREUD, Além do princípio do prazer – 1920 [2006] p. 149). É com essa bagagem longínqua que cada leitor fará sua experiência do texto. Leitura e escrita em psicanálise, essa prática da letra, conduzem ao ponto culminante, aquele que atrela a crise da unidade do Eu, do sexo, de classe à crise da sintaxe e do sentido. Lacan sinaliza que ponhamos o espírito prevenido em alerta, “portanto é possível que ele tenha de reavaliar a ideia segundo a qual o inconsciente é apenas a sede dos instintos.” (LACAN, 1998 [1957] p.498). Portanto, como ler, escrever, por em prática a letra sem considerar que não se deve tratar com leveza a impossibilidade da leitura? (MAN, Paul de. 1996, p.275).


Leitura do Seminário XI (1964)
Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise – de Jacques Lacan

Coordenação: Eliane Mussel da Silva

Com este seminário Lacan põe fim ao que ele chamou de seu retorno a Freud, definido por Miller como “um retorno ao primado da interpretação”, ao ressaltar a importância do resto, daquilo que não permite ser simbolizado – objeto a –, levando ao início da depreciação do registro simbólico. Trabalha os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, a saber, inconsciente, transferência, repetição e pulsão em uma espécie de “enrolamento” lógico. Assim, os conceitos são articulados um ao outro e, ao operar com um determinado conceito todo o encadeamento conceitual se movimenta possibilitando novas articulações entre os termos.
A proposta é a leitura do seminário examinando as referências utilizadas por Lacan para o trabalho dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise.


Manifestações da sexualidade na contemporaneidade

Coordenação: Paulo Roberto Ceccarelli
Duração: 20 semanas

O seminário tem por objetivo refletir em que medida tais manifestações são “novas”, em ternos das dinâmicas pulsionais que as sustentam, ou se o que de fato é novo é a maneira de ouvi-las a partir das mudanças no discurso social em relação à noção de normal e de patológico. Discutiremos, em uma perspectiva teórico-clínica, posições libidinais: heterossexualidades, homossexualidades, travestismos, transexualidades, perversões, adicções, crimes sexuais, entre outros. Parece-nos que, a despeito de tanta ‘evolução’, a sexualidade continua sendo o grande enigma do ser humano.


Psicanálise e Educação: um diálogo necessário

Coordenação: Otacílio José Ribeiro
Duração: 1 semestre

O mal estar na civilização e na cultura corrompe o laço social, em particular, aqui, a educação. É necessário escutar o sujeito e a pólis, a inquietação e o sintoma, buscando-se um espaço em que cada um se sinta parte e responsável pelo mesmo. Busca-se na psicanálise – para além do divã – um saber em que cada um reconheça o lugar da dor e do provoc-a-dor, saindo-se para a provoc-ação. Neste contexto, este seminário tem por objetivos apresentar conceitos e fundamentos psicanalíticos no viés freudiano que ofereçam suporte ao fazer educacional na contemporaneidade. A ementa do curso contempla: as contribuições do saber psicanalítico à educação; o mal-estar na civilização e na educação; a sexualidade; a pulsão epistemológica; as contribuições dos “Três ensaios” à educação e a inibição cognitiva. Como temas interdisciplinares, ressaltam-se as questões da inclusão escolar, da tecnologia e da relação com o conhecimento.


Psicanálise com bebês, crianças e adolescentes:
uma abordagem teórico-clínica

Coordenação: Juliana Marques Caldeira Borges, Isabela Santoro Campanário, Maria Carolina Bellico Fonseca, Vanessa Campos Santoro
Duração: 2 semestres

O curso visa uma articulação entre teoria e clínica de psicanálise com crianças. Tomando esse fio condutor, trabalharemos os seguintes temas: constituição do psiquismo, a relação mãe-bebê, bem como a práxis dessa escuta, complexo de Édipo, sexualidade infantil, adolescência, o sintoma, o lugar dos pais na análise com crianças, a direção do tratamento, o final de análise.